Os carros evoluíram muito nos últimos 100 anos. Os avanços foram essencialmente baseados em engenharia mecânica, aerodinâmica, mas nos últimos 30 anos as novidades vem de outro ramo da engenharia. É a computação que faz o carro se tornar mais eficiente, seguro e prático.
Os primeiros recursos tecnológicos dos carros foram a injeção eletrônica e o ABS. A injeção eletrônica surgiu nos EUA no final da década de 50, já o ABS surgiu na França equipando aviões, ainda que usando um sistema hidráulico ao invés de controle eletrônico de sensores para o acionamento dos freios. O fato, porém, é que ambos sistemas deram um salto e ficaram muito mais simples com componentes tecnológicos eletrônicos.
É possível listar uma série de novidades de carros que são baseados em sistemas eletrônicos e de computação: OBDII, controle de tração, Torque Vectoring, acendimento automático de faróis, acionamento dos limpadores de parabrisa, assistente de partida em rampa, assistente de estacionamento, sistema Start-Stop, controle de velocidade de cruzeiro para listar apenas alguns.
Hoje, boa parte dos motoristas, preferem carros que tenham sistema de audio com conexão ao celular através de bluetooth e sistema de navegação através de GPS. Todas estes recursos deixam claro que os próximos passos dos carros será baseado em tecnologia e não em recursos mecânicos. Os avanços mecânicos serão pontuais e pouco exaltados nos lançamentos futuros.
É o fim dos carros como os conhecemos mesmo. Eu aposto que no futuro de longo prazo, a concentração do mercado aumentará e existirão menos donos de montadoras, ainda que existam ainda diversas marcas. O mercado deveria se esforçar para padronizar os componentes mecânicos, ganhando assim escala, reduzindo custos dos diversos componentes mecânicos existentes, deixando mais espaço para que cada montadora focasse esforço na eficiência energética através de controles eletrônicos.
Hoje a padronização só existe nas plataformas de cada montadora. Somente no ano passado que as grandes montadoras conseguiram uniformizar modelos em suas plataformas globais, garantindo um único modelo no planeta, ainda que respeitando cultura, necessidade e restrições locais de cada mercado.
Defendo que a padronização deveria ser cross, entre montadoras. Componentes de suspensão, transmissão, enfim, componentes mecânicos básicos, deveriam ser iguais para todos os carros, respeitando as diversos alternativas de design. Ou seja, a casca pode mudar, mas o esqueleto é único. Algo muito parecido com que acontece na stockcar. A estrutura abaixo da carenagem é mais ou menos igual para todos, em cima muda a roupa do carro.
A grande meta do mercado é a criação do carro autônomo, contudo, ainda que este seja um marco relevante, ele não é uma necessidade dos compradores ainda. Hoje o mais importante são carros mais eficientes e econômicos. A legislação não está preparada e as vias também não.
É claro que o carro autônomo trará mais segurança para todos, mas eu vejo isto apenas sendo uma realidade se todos os carros nas ruas fosse assim. Num ambiente mesclado e heterogêneo, ele pode ser um risco maior do que os motoristas desatentos.
Sonho entrar num carro, informar destino e ele me levar para o local desejado. Depois de saltar ele procuraria um local para ser armazenado até o próximo uso. Este modelo pode ser de carros de uso compartilhado ou de uso exclusivo e representa o fim dos motoristas de taxi e talvez até dos sistema de transporte coletivo como o conhecemos hoje, pelo menos nos grandes centros. Ele passa a ser mais seguro e eficiente para todos.
Através deste sistema, dirigir carro, deixa de ser uma opção ou necessidade para se tornar uma atividade recreativa. Que este futuro chegue logo! 😉