All posts by Bernardo Bauer (G+)

Sou empreendedor, apaixonado por tecnologia, formado em Engenharia de Computação, Analista de Sistemas de cargo e Analista de Tecnologia de prática. Não satisfeito com isto tudo, sou programador em PHP/WordPress nos finais de semana, fotógrafo amador e um curioso em geral. Blogueiro nas horas vagas (dia de 36 horas) quanto o assunto é tecnologia e carros.

Peça feita em impressora 3D pode ser usada em carro? Sim!

A utilização de impressão 3D ganhou muito espaço na industria automotiva. Se antes era utilizada para “esculpir” modelos de peças criadas em computadores, agora as impressoras fabricam peças para serem utilizadas nos carros e até mesmo no lugar de peças tradicionais no motor.

E foi com essa tecnologia que a Ford venceu as 24 Horas de Daytona deste ano nos EUA.

24HDaytona EcoBoost 2015

A montadora criou uma peça feita em impressora 3D no motor EcoBoost 3.5. Este é um exemplo de como a nova tecnologia está sendo usada pela marca para acelerar o desenvolvimento de peças tanto para seus carros de linha como de competição.

As peças projetadas em computador são primeiro esculpidas em argila e depois enviadas para o laboratório rápido de protótipos da Ford, onde são analisadas e colocadas em uma das muitas impressoras 3D. Cerca de uma semana depois, a peça está pronta para ser limpa, pintada e usada. O acabamento das peças impressas em 3D ficou tão suave e preciso que agora elas são usadas em aplicações reais – em protótipos de veículos para testes de durabilidade e no carro de corrida da Ford.

MotorEcoBoost3p5 Daytona2015

Nas 24 Horas de Daytona, os engenheiros da Ford Performance optaram por um coletor de admissão feito em impressora 3D, com difusores de fibra de carbono. O carro da equipe Chip Ganassi Racing venceu a clássica corrida com os pilotos Scott Dixon, Kyle Larson, Jamie McMurray e o brasileiro Tony Kanaan. 

Câmbio automatizado, trepidação e problemas

Eu nunca olhei os câmbio automatizados com bons olhos. Por mais que eles tenham seus diferencias e pontos fortes, eles também tem características que os tornam inferiores, sob certos aspectos, aos câmbios automáticos. Até que um dia eu descobri que os super esportivos passaram a adotar os câmbios automatizados.

Gearbox

A diferença dos super esportivos e os carros mais populares é que os primeiros possuem câmbio com duas embreagens ao invés de apenas uma dos populares. Claro que esta não é única diferença entre os dois, contudo, é a principal. Mudam ainda tecnologias, sensores e software para controle da embreagem.

Depois que descobri o sistema de dupla embreagem, acabei optando pelo Ford Focus 2013/2015 que passou a contar com o câmbio PowerShift. Fiquei impressionado e surpreso como o câmbio é suave e sem trancos. 

Uma coisa que é preciso ter em mente é que qualquer sistema, seja ele automatizado ou automático, não é capaz de adivinhar a vontade ou intenção do condutor do carro. Então é natural que algum comportamento “estranho” acabe acontecendo.

Alguns dos comportamentos “estranhos” são: trepidação, indecisão/demora e barulhos incomuns. 

Este mês tive a oportunidade de andar com um Hyundai Veloster com câmbio de duas embreagens. O carro estava com mais de 70 mil quilômetros rodados e o comportamento era exatamente o mesmo do Ford Focus com PowerShift.

Dependendo do quanto acelerador se dá e qual a inclinação da rua, o carro pode ou não apresentar trepidação. Este mesmo comportamento acontece quando você usa um carro com câmbio manual e tenta sair por exemplo de segunda marcha no sinal.

Quando você experimenta trepidação no câmbio automatizado e reclama com a concessionária, o que eles acabam fazendo é realizar o reset dos dados do câmbio para que ele comece novamente a aprender o seu jeito de guiar e responder da melhora maneira possível ao jeito que você usa por exemplo o acelerador.

Outra coisa que pode influenciar no comportamento do câmbio é a bomba de combustível. No caso da Focus, o funcionamento da bomba é fundamental, pois o sistema trabalha sob pressão por conta da injeção direta de combustível. Se o combustível que você utiliza for da baixa qualidade pode comprometer o funcionamento da bomba e aí começa o efeito cascata de problemas.

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Outra reclamação que alguns motoristas de câmbios automatizados costumam compartilhar é de barulhos metálicos. Isto foi muito dito por donos de Audi A1 e primeiros VW Golfs alemães. Eu nunca consegui ouvir este barulhos, mas novamente, não é problema, mas uma característica do sistema. 

Quanto a indecisão ou demora na troca das marchas, a solução é fácil. Você precisa ser mais confiante na hora de usar o acelerador. Com câmbio automatizado ou automático existem sistemas que identificam quanto o pedal do acelerador está pressionado e com isto identificam que o motorista quer, por exemplo, realizar uma ultrapassagem ou arrancada. Nesta condição o câmbio passa a esticar as marchas ou no caso do carro já estar em movimento, diminui a marcha para uma ou duas inferiores para explorar melhor a curva de torque do motor e conseguir acelerar no menor tempo possível.

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Antes de ter o Focus, tive um i30, com câmbio automático. Tive que me ajustar ao novo câmbio e mudei a maneira como eu dirigia por conta disto, aproveitando o que o câmbio permite de diferente. Dirigir em modo esportivo, no caso do Focus, também requer um comportamento diferente do motorista.

Fica aqui a dica. Se o sistema de câmbio automatizado não funcionar como você espera, pode não ser defeito, mas falta de conhecimento sobre o sistema. Sempre que você tiver dúvidas, vá a concessionária e tire as dúvidas. Se você não ficar satisfeito, vá em outra e por fim, acione a montadora se for o caso. 

No final, se nada resolver, a dica é trocar de carro e opte por outro tipo de câmbio com o qual você está acostumado ou satisfeito.

Câmera dianteira com visão de 180º

Uma das coisas que eu sentia falta no Ford Focus que eu tive, ainda que ele tivesse sensor de estacionamento dianteiro, era uma câmera. A câmera traseira funcionava de maneira complementar ao sensor de estacionamento e na frete eu gostaria de ter o mesmo recurso.

Pois bem, na Europa, alguns modelos da Ford já vão contar com o recurso com dois diferenciais. Limpador da câmera e ângulo de visão de 180º. Ótimo para esquinas e saídas de garagem ou vagas apertadas.

Veja o funcionamento a apresentação do recurso no vídeo abaixo.

Para chegar o Brasil, o motorista interessado no recurso vai ter que esperar o Edge incorporar a tecnologia. Eu imaginaria que a novidade chegaria aqui através do novo Focus, mas pelo jeito, vai ser primeiro pelo Edge.

Lei carioca pode isentar cobrança de pedágio na Linha Amarela

Hoje li uma matéria no O Globo falando sobre o projeto de lei que um vereador do PSC criou. O idéia dele é diminuir o congestionamento no pedágio através da isenção da segunda cobrança num período de duas horas.

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A idéia não é boa e pode gerar uma grande quantidade de fraudes, uma vez que é necessário apresentar o comprovante da primeira passagem. Se a via fosse a única alternativa para deslocamento entre regiões, a idéia faria algum sentido, contudo, a via é apenas uma de pelo menos 3 ou 4 opções que existem na região. 

Outro projeto de lei deste vereador, de idéias bastante limitadas, é a instalação de “botões de pânico” ao longo da via para acionamento da concessionária da via e a Policia Militar. Esta idéia é ainda pior. Eu lembro que assim que a via foi inaugurada, a cada algumas centenas de metros, existia um poste de comunicação com a concessionaria para solicitar resgate no caso de acidente ou falha mecânica.

Depois de certo tempo, boa parte não funcionava por conta de vandalismo e roubos. Uma vez que tecnologias mais modernas de monitoramento por câmeras e o 0800 para solicitar o resgate passaram a existir, os postes foram retirados. Voltar com eles é desnecessário.

Existe apenas uma fala que se salva no artigo do O Globo com o autor dos projetos de lei. A que a Linha Amarela fatura mais de quatro milhões de reais por semana com a operação da via. Isto é muito dinheiro, contudo, não tenho idéia de quanto é necessário para manter a via operacional.

Uma coisa é certa. Se a linha vermelha, avenida Brasil e avenidas da barra tivessem o mesmo nível de serviço que a linha amarela, seria muito melhor.

Toyota se junta à Ford pelo controle da central multimidia

Vi diversas notícias durante a semana informando que Ford e Toyota anunciaram uma parceria para desenvolver um sistema para a central multimídia para evitar que Apple e Google ditem as regras nos seus carros.

Smartdevicelink

A Ford utiliza o SmartDeviceLink, que tem como proposta formar um padrão comum de interface entre dispositivos móveis e os sistemas que o carro pode ter. A idéia é boa, pois independente de plataforma de desenvolvimento (android, iOS ou Windows Mobile). Assim o desenvolvedor faz apenas um ajuste no seu app para ele funcionar no console do carro.

Seria ótimo se não fosse um único problema. Apple e Google tem milhões de usuários e desenvolvedores com acesso as suas plataformas de desenvolvimento e com o Car Play e Android Auto estão a um passo de entrar nos carros e colocar o conteúdo de seus dispositivos nas telas.

Me incomoda que a pedra fundamental desta parceria seja a Ford. A experiência que tive com a central da Ford não foi ruim, mas não posso dizer que ela foi livre de falhas. O sistema, que já foi aposentado, pois deixou o Windows para trás e agora se baseia na solução da QNX, tinha diversas falhas e não tinha como ser atualizado por motoristas no Brasil. Apenas os carros importados dos EUA e Canadá que tinham este direito.

Apple e Google já tem infra estrutura para atualizar milhares de dispositivos com novidades. As montadoras não. Apple e Google sabem fazer interfaces, apps e demais componentes que sejam fáceis e simples de usar em telas com tamanho restrito. Não tem como montadoras serem melhor nisto do que empresas de tecnologia.

Li também que uma consultoria nos EUA descobriu que os esforços das montadoras de criar centrais melhores tem sido quase que em vão. As frustrações dos motoristas só cresce. 

Qual o sentido de ter apps no carro? Eu quero usar os apps que já estão configurados no meu smartphone. Qual o sentido de ter um sistema de navegação no carro? Quero usar o Waze que eu já tenho instalado no meu smartphone.

Car Play e Android Auto resolvem exatamente estes problemas e da maneira correta. 

A coisa chata desta história é que nem com o CarPlay você estará livre para usar tudo do seu smartphone na tela do seu carro e a culpa é da montadora.

Central fox

A VW anunciou que a linha 2016 do Fox será o primeiro carro a ter CarPlay, Android Auto e MirrorLink em sua central multimídia. Contudo, o aplicativo Waze está bloqueado para uso, pois segundo a VW, o Contran não permite. O Contran vê o Waze como uma rede social e por isto não deve ser liberado para uso na central multimídia. O estranho é a Suzuki libera o Waze na sua central.

Veja a avaliação do CarPlay num dispositivo da Pioneer.